Uruguai foi convidado para ser um dos países latino-americanos a participar da Bienal de Veneza de 2012. Localizado no antigo galpão da Bienal, que pertencia ao Estado Uruguaio desde os anos 1960, o pavilhão do Uruguai apresentará sua proposta para a exposição, o Panavision – uma exibição que contará com seis práticas diversas e emergentes do país que não só demonstrarão seu trabalho, mas também suas técnicas como uma forma de iniciar uma discussão sobre a agenda arquitetônica uruguaia contemporânea.
As práticas representadas pela jovem geração de arquitetos para o pavilhão uruguaio de 2012 são:
- G+, formado pelos arquitetos Marcelo Gualano e Martin Gualano;
- 11:54 p.m, a cargo de Horacio Flora e Alejandro Baptista Acerenza;
- Bednarik + Mirabal, formado por Marcelo Bednarik e Federico Mirabal;
- MBAD, liderado por Mario Báez e Adrián Duran;
- Fábrica de Paisajes, onde colaboram Diego Pérez, Fabio Ayerra, Marcos Castaings, Martín Cobas e Javier Lanza;
- MAAM, formado pelos arquitetos Matías Carballal, Andrés Gobba e Mauricio López.
Panavisions, mais do que uma exposição, é um “lugar” de convergência, uma “zona de diálogo” onde “abordagens, ferramentas, preocupações, ênfases e estratégias diversas” guiadas por uma agenda arquitetônica uruguaia contemporânea, serão discutidas.
Cada um dos escritórios mencionados concordou em trabalhar sob regras muito específicas e limitadas. Essas regras funcionam como um conjunto de normas que criam um “solo comum” no qual cada prática contemporânea pôde elaborar projetos de um novo pavilhão para o Uruguai. Seis visões foram traduzidas em seis modelos arquitetônicos que serão apresentados simultaneamente no espaço de exposição, estabelecendo um diálogo não apenas com o passado e o presente do pavilhão, mas também com seis possibilidades futuras criadas pelos escritórios participantes.
Estas seis propostas atuaram como seis visões que formam um panorama, representando a nova geração de arquitetos uruguaios como um todo. O panorama apresentado na Bienal de Arquitetura falará de arquitetura e dela em si, sob um roteiro comum. Isto exibirá os processos internos dos escritórios, onde as ideias muitas vezes surgem de breves conversas, de alguns esboços ou em apenas um instante a partir do momento em que o projeto foi lançado.
Um jogo, sete regras
Em 26 de Maio, os seis escritórios receberam um conjunto de sete regras que constituem a estrutura comum de trabalho, a partir da qual foram elaboradas as propostas para o Pavilhão do Uruguai no Giardini da Biennale di Venecia. Estes projetos foram materializados tanto pelo registro do processo em si de criação que expõe a diversidade de abordagens como na fabricação de maquetes, as quais foram entregues no dia 10 de Julho para serem enviadas para Veneza. As regras determinadas para os escritórios foram:
A) Condições espaciais:
- A proposta para o pavilhão deve conter um volume virtual equivalente a um cubo de 15 metros em cada lado.
- O percurso interno do pavilhão deve respeitar as normas de acesso universal.
- No que diz respeito à topografia existente do terreno do Giardini, uma angulação de 2 graus será considerada, medida perpendicular à face de acesso.
B) Condições programáticas:
- O pavilhão deve conter ao menos uma sala de exposição que possa ser totalmente escurecida.
- A disposição do programa deve contemplar um espaço de armazenamento de aproximadamente 4m².
C) Condições para a maquete:
- A escala da maquete deve ser 1:25.
- A expressão material do modelo ficará a critério das equipes. Devido às questões relativas ao envio da maquete para Veneza, o peso limite deve ser de 30 quilos por proposta.
Comissário da Faculdade de Arquitetura – UdelaR: Daniela Freiberg
Curadoria: vostokproject
Curador: Pedro Livni
Vice-curador: Gonzalo Carrasco
Apoio: Federico Lapeyre
Design Gráfico: Gustavo Richero
Produção Audiovisual: Patricia Mendez
Produção: Cecilia Easton
Fotografias: Florencia Talmon